segunda-feira, 10 de março de 2014

O ANTIGO E RENOVADO ESTÁDIO VIVALDO LIMA - Arena da Amazônia, estádio de Manaus para Copa, é inaugurada

20 mil torcedores lotaram o estádio; inauguração teve música erudita.
As obras de construção do novo estádio duraram quase quatro ano

 

G1 AM

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20 mil torcedores lotaram o estádio de Manaus para a Copa (Foto: Marina Souza/G1 AM)20 mil torcedores lotaram o estádio de Manaus para a Copa (Foto: Marina Souza/G1 AM)
Após quase quatro anos em obras, a Arena da Amazônia, estádio de Manaus construído para receber jogos da Copa, foi oficialmente inaugurada neste domingo (9), com um jogo teste entre Nacional (AM) e Remo (PA). A Arena da Amazônia é o único projeto da matriz de responsabilidade da Copa de Manaus com as obras concluídas. A obra, que custou R$ 669,5 milhões, registrou atrasos no cronograma, além de três mortes, causadas por acidentes de trabalho. A inauguração contou com 20 mil torcedores e autoridades. A capacidade é para 44.310 mil pessoas.
A inauguração ocorreu no início da noite. Autoridades fizeram o descerramento da placa inaugural (Foto: Patrick Mota/Rádio Amazonas FM) Autoridades fizeram o descerramento da placa
inaugural (Foto: Patrick Mota/Rádio Amazonas FM)
Este foi o 8º estádio inaugurado dos 12 que sediarão jogos do mundial no Brasil. Maracanã (RJ), Mané Garrincha (DF), Mineirão (MG), Arena Fonte Nova (BA), Arena Pernambuco (PE), Arena Castelão (CE) e Arena das Dunas (RN) já foram entregues.
A inauguração ocorreu no início da noite. Autoridades fizeram o descerramento da placa inaugural. Estiveram presentes o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, o governador do Amazonas, Omar Aziz, e o prefeito de Manaus, Artur Neto.

Omar Aziz admitiu que ajustes deverão ser feitos até o prazo final previsto pela Fifa, mas declarou estar satisfeito com o resultado. "É uma obra complexa. Vão ter alguns problemas que a gente terá que corrigir ao longo do tempo, mas espero que a gente possa solucionar e o povo amazonense fique feliz com isso", disse o governador.

Para o ministro do Esporte, o "evento teste" também teve saldo positivo. "Acho que o Amazonas e o Brasil estão de parabéns por esse belo espetáculo. Esse estádio, que ao lado do Teatro Amazonas, será um cartão postal para Manaus e para o Brasil", afirmou.
Torcedores ocupam os 20 mil lugares do anel inferior da Arena da Amazônia (Foto: Marina Souza/G1 AM)Torcedores ocupam os 20 mil lugares do anel inferior da Arena da Amazônia (Foto: Marina Souza/G1 AM)
Na cerimônia, 220 artistas da Orquestra Amazonas Filarmônica, Orquestra Experimental do Amazonas e Coral do Amazonas interpretaram o Hino Nacional. Milhares de torcedores de Nacional (AM) e Remo (PA), primeiro duelo do novo estádio, lotaram as arquibancadas anel inferior.

A primeira "rolada" de bola no novo estádio estava prevista para ser dada pelo campeão do UFC, José Aldo. No entanto, a largada para o jogo não ocorreu como previsto.
Além da partida inaugural entre os dois times do Norte deste domingo, a Arena da Amazônia receberá mais quatro jogos: Camarões e Croácia - adversários do Brasil; Honduras e Suíça; Estados Unidos e Portugal.
Nas arquibancadas, torcedores classificaram o momento como histórico para a capital amazonense. "Quando entrei no estádio, achei que nem estava em Manaus. É algo de primeiro mundo. Estive na inauguração do Vivaldão [antigo estádio de Manaus]. Acompanhei o jogo de cima de uma árvore, porque estava muito lotado e o estádio nem estava pronto ainda. A sensação de entrar hoje aqui foi muito melhor do que a primeira. Temos esperança de que esse estádio possa ser muito utilizado", disse o aposentado e torcedor nacionalino, Francisco Fonsceca, de 61 anos. "Sempre vinha ao Vivaldão. Inclusive participei da inauguração dele. O que necessitava ser feito, foi feito. Agora, as empresas precisam investir nos times locais", afirmou outro torcedor do Nacional Leo Neves, 62.

O comerciante Adão Dias, de 71 anos, também aprovou as obras realizadas no estádio. "Fiquei impressionado com a beleza do estádio. Ficou maravilhoso. Tive a oportunidade de estar no Estádio Mané Garrincha [Brasília] e a Arena da Amazônia não fica devendo em nada. Tudo ficou muito bom", declarou.
Paraenses viajaram até Manaus para acompanhar partida (Foto: Marcos Dantas/G1 AM)Paraenses viajaram até Manaus para acompanhar
partida (Foto: Marcos Dantas/G1 AM)
Os paraenses Luiz Pagani e Eduardo Pires, de 49 anos, enfrentaram uma viagem de duas horas de avião para acompanhar o time do coração, Remo, na disputa. Além da classificação, eles afirmam terem ficado felizes com a inauguração da Arena. "Essa arena poderia ser em Belém ou em outra cidade do Norte que iria beneficiar o futebol de toda a Região da mesma maneira. Uma arena como essa pode ajudar muito o futebol do Amazonas e o Norte como um todo. Estamos na torcida por isso", disse ao G1.
Problemas na estrutura
O primeiro evento teste da Arena expôs pontos falhos na estrutura do estádio que acabaram causando transtorno para alguns torcedores. Demora nas filas e a falta de ventilação nos banheiros geraram reclamações por parte dos visitantes.
Torcedores reclamaram de alguns pontos da estrutura da Arena que deixaram a desejar, segundo eles (Foto: Marcos Dantas/G1 AM)Torcedores reclamaram de alguns pontos da estrutura da Arena que deixaram a desejar, segundo eles (Foto: Marcos Dantas/G1 AM)
O consultor de vendas Thiago de Melo, de 28 anos, perdeu boa parte do jogo esperando para ser atendido em um dos quiosques que ficavam dentro da Arena. "São poucas barracas, filas quilométricas, entre outros. Estou há 25 minutos na fila para poder comprar uma ficha e poder pegar meu lanche. Na fila para pegar a comida vai ser mais demora, e enquanto isso o jogo vai correndo", reclamou.
Já o engenheiro Zacarias Bichara, de 41 anos, destacou o calor que fazia dentro dos banheiros da Arena da Amazônia. "As instalações são boas, mas a ventilação ficou devendo. Dá pra melhorar. Estamos em Manaus e não dá pra pensar um projeto assim e esquecer esse tipo de detalhe", comentou.
Durante o jogo, grupo chegou a fazer protesto na área externa da Arena (Foto: Marina Souza/G1 AM)Durante jogo, grupo chegou a protestar na área
externa da Arena (Foto: Marina Souza/G1 AM)
Manifestação
Durante o jogo, uma manifestação formou-se na Avenida Pedro Teixeira, nas proximidades da Arena. Após intervenção da polícia, os manifestantes ficaram na rua entre a Djalma Batista e a Constantino Nery. Cerca de 100 manifestantes com faixa e cartazes gritavam palavras de ordem contra a Copa. O protesto foi pacífico.
Ocorrências
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), foram registrados cinco Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCOs) registrados pela Polícia Civil, sendo quatro por venda de ingresso com preço superior e um por promoção de tumulto em local de evento esportivo.
De acordo com o coordenador de um dos postos de atendimento médico, Dr. Clézio Noronha, não foram registradas ocorrências graves. A maioria dos atendimentos foi por mal estar.
Na reta final do segundo tempo, uma barra de ferro que sustentava um dos suportes de acrílico colocados como proteção próximo às cadeiras foi retirado por um torcedor e arremessado atrás de um dos gols. Um grupo de stewards que estava próximo ao fato recolheu o objeto. O G1 entrou em contato com o setor de comunicação do Governo do Estado, para informações sobre quais providências foram tomadas quanto ao episódio, mas até o momento não obteve resposta.
No centro da imagem, um dos stweards recolhe uma barra de ferro arrancada por um torcedor e arremessada dentro de campo (Foto: Marcos Dantas/G1 AM)No centro da imagem, um dos stewards recolhe uma barra de ferro arrancada por um torcedor e arremessada dentro de campo (Foto: Marcos Dantas/G1 AM)
Arena em números
Investimento - R$ 669,5 milhões
Capacidade - 44,5 mil pessoas
Dimensão gramado - 105m x 68m
Estacionamento - 338 vagas
Telões - 2 de 15,6m²
Arena da Amazônia
As obras de construção da Arena da Amazônia duraram quase quatro anos. A estrutura, construída para substituir o estádio Vivaldo Lima (Vivaldão) tem capacidade para 44.310 mil pessoas. A área total construída é de 83,5 mil m².
Toda a arquitetura do local foi idealizada para destacar as riquezas regionais. O formato de cesto de metal, que dá forma à cobertura do estádio, foi inspirado no artesanato indígena e as cores dos assentos simbolizam as frutas amazônicas. As peças da estrutura metálica da cobertura foram importadas de Portugal.
Outro destaque do projeto é o quesito sustentabilidade. A cobertura que poupará o público do calor servirá para aproveitamento da luz solar. O sistema de irrigação do gramado também será responsável pelo reaproveitamento da água da chuva.
Inauguração ocorreu com jogo teste entre Nacional (AM) e Remo (PA) (Foto: Patrick Mota/Rádio Amazonas FM)Inauguração ocorreu com jogo teste
(Foto: Patrick Mota/Rádio Amazonas FM)
Praticamente finalizada, a obra está 97,59% dos serviços executados. As 44 mil cadeiras já foram instaladas, mas apenas 20 mil foram utilizadas na partida de estreia. Desse total, sete mil ingressos foram destinados aos operários da arena e familiares, e 13 mil foram disponibilizados para venda. De acordo com o Governo do Amazonas, outros jogos testes acontecerão antes da Copa, um para 30 mil e outro para 44 mil torcedores. Após a inauguração, segundo o Governo, o estádio será aberto para visitação pública.
Atrasos
A inauguração do estádio foi adiada duas vezes. Inicialmente, a entrega estava prevista para ocorrer em junho de 2013, mas foi transferida para dezembro do mesmo ano, e ficou para as vésperas do mundial. Ao longo da obra, três operários morreram no local. Os trabalhos de construção do estádio chegaram a ser interditados em áreas de altura devido a riscos à segurança dos operários.
Imagem noturna da Arena da Amazônia (Foto: Chico Batata)Imagem noturna da Arena da Amazônia (Foto: Chico Batata/Agecom)

 

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